Duas jovens que residiam em Londres foram presas em um centro de detenção turco por falta de documentos necessários. O fato ocorreu com a jovem Shaza Ismail e sua namorada, Maria Jimena Rico Montero na tentativa de voltar para o reino unido após uma visita de caráter urgente à família de Shaza em Dubai.
O pai da jovem Shaza, mandou um falso alarme à filha alegando que sua mãe estava em um estado crítico de saúde, exigindo então que a filha embarcasse rumo a sua terra natal imediatamente. Ao chegar em Dubai, Shaza descobriu que sua mãe passava bem e tudo não passava de um “trote maquiavélico”.
“Ele ameaçou matar-nos e disse que poderíamos ser presas por sermos lésbicas”, relata Shaza após o episódio traumático. O “trote” aplicado nas duas moças se deu porque o pai egípcio negou-se a aceitar que sua filha amasse outra mulher. Segundo o Daily Mail, o Sr Ismail atraiu-as para Dubai porque o país tem a homossexualidade como um crime onde, segundo a legislação vigente, o individuo pode ser penalizado com até 17 anos de prisão (sem direito à defesa).
Após descobrirem que foram enganadas, as jovens tentaram voltar para Londres pegando um voo para Tbilisi onde fariam conexão na Georgia até chegarem sãs e salvas; mas em meio a tentativa, no aeroporto na Georgia, foram interceptadas pelo pai da Shaza e tiveram seus documentos destruídos pelo mesmo, impossibilitando-as de voltarem para o reino unido.
Foi iniciada assim, uma odisseia em busca de um lugar seguro, já que o senhor Ismail as perseguiria por não tolerar a união. Segundo a imprensa, ambas seguiram de ônibus até a fronteira com a Turquia, país vizinho à Georgia com o intuito de chegarem ao consulado espanhol, na terra natal de Jimena, namorada da jovem egípcia.
Jimena explicou que as autoridades da Geórgia escoltaram o casal para a fronteira da Turquia. Em meio a todas as turbulências desta viagem, as jovens ainda foram detidas em Samsun, onde segundo informações do Ministério das Relações Exteriores da Espanha, o casal foi preso por “suspeita de ato terrorista” por estarem sem uma parte de seus documentos.
“Eu pensei que não íamos sair de lá”, disse Jimena. “Eles me disseram que eu poderia sair, mas ela tinha que ficar e eu disse que não sairia sem ela”.
Depois de três dias em uma prisão turca, o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol conseguiu garantir a sua libertação permitindo-lhes voar para a Espanha, onde a jovem Jimena e sua namorada Shaza poderiam ser recebidas de braços abertos pela família Rico.
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