Laura da novela ‘O outro lado do paraíso’, passa por momentos difíceis em seu casamento, não conseguindo ter uma vida normal de casal, devido os abusos que sofreu na sua infância, mas seu um apagão em sua mente e não se lembra de nada. Mas, a pergunta que não quer calar é se na vida real, poderia a mente sofrer um apagão após um grave trauma.
Segundo o site da ‘Uol’, numa matéria com Gabriela Malzyner, psicanalista e mestre em psicologia Clínica pela PUC/SP, explica como funciona a mente em casos parecidos com o de Laura. Ela explica que se um trauma acontece com uma criança, e ela não tem mecanismo para entender o que aconteceu, o trauma acaba ficando meio ‘esfumaçado’ na mente. Ela disse,“Muitas não se lembram direito, duvidam das próprias lembranças, pensam que podem ter sido um sonho. Ou seja, não têm certeza de que os abusos realmente ocorreram”.
Os bloqueios são uma forma de defesa, onde o inconsciente oculta as memórias ruins, assim a pessoa não sente e não sofre.
Outro psiquiatra, que é formado em uma Faculdade de Medicina de Milão, disse que, “ela passa a se manifestar de maneira inconsciente, refletindo negativamente na vida da pessoa sem que ela perceba, transformando-se em doenças e padrões limitantes”.
Quem passa por um forte trauma, muitas vezes terá sérias dificuldades de se relacionar ou trabalhar, muitas engordam ou emagrecem, podendo ter sérios problemas ligados’ ao seu desenvolvimento.
É preciso que a pessoa se liberte, lembre tudo que aconteceu e entenda o motivo de seus problemas. Laura só conseguirá se curar dos traumas sofridos, quando tiver condições de enfrentá-lo, ai terá condições de seguir sua vida e se curar.
Segundo a autora do livro ‘Conversas Criativas e Abuso Sexual’, Marlene Marra explica que,“Dessa forma, é possível dar um significado ao que houve e modificar o que foi vivido, absorvendo a experiência de uma outra forma”.
A pessoa que sofreu um trauma sexual, tem sentimentos de vergonha, raiva e pode ter vontade de se vingar do seu algoz.
É importante saber, que após o laudo realizado pelo terapeuta que comprova o abuso na infância, mesmo passado muitos anos, pode-se perfeitamente instaurar um processo, isso acontecerá nos próximos capítulos da novela.
“Outras provas poderão ser produzidas, tais como um Boletim de Ocorrência, o depoimento da vítima, testemunhas, perícia e até mesmo o interrogatório do acusado, cuja condenação dependerá de provas”.
Segundo a Lei nº 12.650/2012, que modificou as regras com referências ao prazo prescricional de crimes de abusos contra a dignidade sexual em crianças, como em adolescentes. Os crimes que antes eram contados a partir do momento em que eram praticados, mudou para quando a vítima completa 18 anos. Pois, diversas vezes, os crimes de abuso são praticados por pessoas próximas à criança, ela sente medo, vergonha ou não entende bem o que aconteceu.
Quem viveu um trauma e não lembra, mas sentem que algo não está bem, tem que procurar ajuda profissional de profissionais da Psicologia, para receberem o tratamento adequado.
